propaganda
Um blogue sobre comunicação inteligente
A forma e o conteúdo
Pacheco Pereira sintetizava recentemente na Quadratura do Circulo com um pessimismo cortante o drama do impasse português que as eleições não resolvem: a convergência duma incapacidade endógena para a mudança, com a submissão da política à lógica mediática, refém de artifícios comunicacionais em detrimento dos atributos substantivos. Em defesa das disciplinas do Marketing e da Comunicação de que sou profissional e aficionado, simultaneamente endeusadas e diabolizadas, convém afiançar que por mais sofisticadas que forem as estratégias ou técnicas aplicadas, o sucesso da propaganda dependerá inevitavelmente da qualidade substantiva do “produto” ou protagonista. Sendo verdade que uma boa estratégia de comunicação opera milagres na percepção pública duma mensagem, a longo termo, a mentira em confronto com a essência, tem sempre as pernas curtas. Como profissional comunicação sei muito bem que antes da imagem está a substância, elemento preponderante para o sucesso de qualquer acção. Citando Kant de memória, “as formas sem conteúdos são vazias e os conteúdos sem formas são cegos”.