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Um blogue sobre comunicação inteligente
Realidade aumentada... uma visão melhorada do mundo real
O nome até pode ser enganoso... poderia chamar-se "realidade melhorada" (ou "enhanced reality"), mas foi este o termo escolhido para a visão de imagens reais (em tempo real ou não) cujos elementos (pessoas, edifícios, pontos geográficos) são melhorados com informação adicional, sejam textos, som, vídeo, gráficos ou dados GPS, informação esta gerada por computador.
Ao contrário da realidade virtual, onde as imagens reais são substituidas por cenários gerados por computador, temos agora um interface que sobrepõe informação útil a imagens reais, para quem usar este tipo de plataformas.
Os primeiros testes foram simplistas e meramente demonstrativos do que se pode fazer.
No caso da HitLab, um desenho em papel serve de "semente" para a geração de gráficos:
No caso do panfleto da Nissan, a interacção é mais evoluída, pois não só se tem uma superfície onde se aplica a realidade aumentada, mas há pontos de interacção no próprio papel:
Mas as aplicações da "realidade aumentada" vão muito mais além do que estas demonstrações revelam, felizmente.
Na verdade, a tecnologia é tão nova que ainda não se faz ideia da dimensão do potencial dela.
Com a evolução dos ecrãs transparentes e/ou de espessura reduzida, imaginemos apenas o vidro dianteiro da nossa viatura a apresentar as legendas das ruas e dos edifícios por onde passamos... ou, sem aumento de complexidade, o interface GPS ser no próprio vidro dianteiro e não apenas num pequeno ecrã acessório.
Ou, no ramo da Medicina, num bloco operatório, todos os dados do paciente, bem como as informações sobre cada órgão, estarem a ser projectados nos óculos da equipa médica, ao invés de estarem em aparelhos fora do raio de visão.
Impossível? Longe disso.
Um dos players que investiu nesta tecnologia foi o fabricante do "Route 66", um software de GPS mais conhecido nos EUA do que por cá. Pela amostra, já dá para ver o potencial:
Como é claro, a Google tambem está no mercado e "promete" uns óculos com projecção de realidade aumentada para este ano de 2012, pelo preço de um smartphone.
A tecnologia está aí, disponível.
Como habitual, terão maior sucesso os que oferecerem melhor interoperabilidade e qualidade das camadas de informação... aguardamos (im)pacientemente.
Prontos para viver o futuro, já hoje?
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Numa imagem de marca, vemos o que ela representa ou vemos o que queremos?
Em Portugal, ao contrário de nos Estados Unidos da América, não somos muito dados à publicidade comparativa/competitiva, apesar de já haver enquadramento legal para tal há alguns anos.
Imagens como esta seriam altamente improvável de ver por cá:
Por cá, também se "veste a camisola" das marcas e produtos da nossa preferência, mas consideramos deselegante a comparação directa com a concorrência quando se fala em publicidade.
No entanto, esta competição/comparação está permanentemente presente, de forma explícita ou implícita, pelo que a simples identificação de uma marca nos leva imediatamente a aceitar ou a rejeitar o seu conteúdo.
Jogando com esta associação visual, o romeno Stefan Asafti desenvolveu um projecto gráfico que mistura/confunde propositamente marcas (e seus slogans) como se de conversações se tratassem.
Nas suas palavras: "É surpreendente o quanto os logótipos podem influenciar outros logótipos. A verdade é que cada par de rivais tem algo em comum, e também tem algo que permite construir uma identidade única e distinta face ao concorrente (...)."
Ficam três exemplos do projecto "Brandversations".
Coca-Cola vs Pepsi:
McDonald's vs Burger King:
Windows vs Apple:
Assim sendo, qual é a sua preferência visual?
E quais são as marcas que têm vencido repetidamente a "guerra"?
Fontes: Béhance Network | Google Images
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Blogs e Redes Sociais
O enorme sucesso e popularização do Twitter e Facebook vieram criar o mito da decadência dos Blogs. Ao contrário do que possa parecer, os números provam que este formato de publicação, enrolado numa sequência cronológica e disposto na web em redes de afinidades ou interesses, se vem consolidando e renovando-se diariamente com novos projectos, colectivos, profissionais, individuais, mais ou menos analíticos, intimistas ou institucionais, justamente potenciados pelas Redes Sociais, onde os seus conteúdos (posts) são disseminados de forma exponencial. Curiosa é a inversão de perspectiva de como foram dantes considerados os blogs e de como o são hoje. Há uns anos a sua fórmula era criticada pelo imediatismo irreflectido e inconsequente, hoje um estereótipo transposto para as Redes Sociais, dos “estados” de alma e “sound bites” de 140 caracteres. Tirando o caso de Pacheco Pereira que exacerba a exclusividade, a blogosfera é hoje genericamente apreciada como um privilegiado espaço de análise e reflexão plurais. Finalmente quanto ao Facebook, uma coisa parece-me evidente: se a plataforma adicionasse às cronologias alguma versatilidade na edição e formatação dos textos, talvez não fosse má ideia.
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Investir no Facebook... fará sentido?
Numa altura em que é dono e senhor de uma das empresas mais valiosas do planeta, Mark Zuckerberg vai aproveitar o hype do Facebook para lançar uma OPV ("Oferta Pública de Venda" ou, em Inglês, IPO = "Initial Public Offering") que pode valorizar a sua empresa entre os 75 e 100 mil milhões de dólares.
Surge, imediatamente, a comparação com a Google, cuja oferta em 2004 gerou 1,9 mil milhões de dólares para uma empresa que estava valorizada em 23 mil milhões. As acções da Google subiram, desde essa altura, dos $109.07 para os $609.85 de hoje de manhã, o que corresponde a uma valorização de $500.78, ou 462.36%.
Com este cenário e aliando aos factos que o Facebook lucrou cerca de mil milhões de dólares no ano de 2011 para uma facturação aproximada de 4 mil milhões, parece interessante o investimento.
Interessante é, no mínimo.
Mas... interessante para quem?
Em primeiro lugar, muitíssimo interessante para Mark Zuckerberg, dono de 28% das acções...
Em segundo lugar, para bancos como Morgan Stanley, Chase, JP Morgan, Goldman Sachs, que se estima virão a lucrar uns "meros" 100 milhões de dólares em comissões das operações dos seus clientes.
Em terceiro lugar, colaboradores e ex-colaboradores que cederam propriedade intelectual e/ou prestaram serviços ao Facebook em troca de acções da empresa nos últimos 5~8 anos. A esperada valorização imediata fará de alguns milionários.
Para o investidor particular, e após as transacções iniciais em que o público em geral terá pouco acesso (e onde está o "dinheiro grosso"), as acções estarão em bolsa como outras.
Será, então, o momento ideal para "entrar no jogo"?
Não.
Sendo impossível fazer futurologia, há vários indicadores que dizem que o crescimento exponencial (ou, como dizem os americanos, "em forma de hockey-stick") já passou. O crescimento tenderá a linear, se tanto, com tendência a estagnar.
Alguns indicadores:
- O crescimento de utilizadores do Facebook foi de 69% em 2010 e de apenas 39% em 2011, uma tendência que se espera continue a atenuar;
- Vários peritos em negócios bolsistas já afirmaram que a avaliação de 100 mil milhões de dólares está bastante acima do valor espectável de bolsa e pressupõe uma valorização a dois anos e com os níveis de crescimento de 2010 e 2011 como padrão;
- O exemplo dado pela Groupon, onde mais de 20% dos investidores que compraram no primeiro dia, acabaram por vender as suas acções abaixo do preço que tinham comprado;
- Dado o carácter social e multimédia da plataforma, é provável que o hype do Facebook seja de duração mais curta que o do Twitter, que se mantém fiel ao seu modelo inicial (o Facebook terá de se adaptar a novas necessidades dos utilizadores - o Timeline, por exemplo, tem mais utilizadores descontentes que satisfeitos com o upgrade - e existirá rapidamente a consciência de que muitos dos amigos que os utilizadores têm na plataforma, não são verdadeiramente amigos nem sequer têm interesse, bem como que o valor social da plataforma, tão publicitado por Mark Zuckerberg, não é assim tão alto nem eterno);
- Dado ser uma plataforma "viciante", tem conotações altamente negativas em meios laborais, onde pessoas "perdem" tempo e se desligam dos seus objectivos, tanto profissionais quanto pessoais, para viverem uma vida superficial, etérea e virtual, ao contrário de plataformas que têm um lugar e impacto real na vida de quem as usa, nomeadamente o LinkedIn;
- Várias plataformas, como o Zynga (que criou o "FarmVille" e o "Mafia Wars") ou o Foursquare (que está a conseguir crescer, apesar da força do "Facebook Places"), estão a tentar "cortar laços" com o Facebook (em termos de interoperabilidade e presença embebida na plataforma), dado o seu valor intrínseco e real;
- Mark Zuckerberg é um rapaz de 27 anos com uma ideia excelente e uma boa equipa... mas não está ao nível de um Bill Gates ou de um Steve Jobs, que souberam viver e sobreviver em conjunturas favoráveis e negativas; além de que as empresas destes, ofereciam e oferecem bens tangíveis.
Resumindo numa frase o perigoso que é o investimento, diriamos:
"Investir no Facebook é misturar negócios com prazer!"
Nota: na notação americana, não existe a designação de "mil milhões" mas sim de "um bilião" (1 x 10^9 = 1,000,000,000); na notação europeia, a designação de "um bilião" corresponde a "um milhão de milhões" (1 x 10^12 = 1,000,000,000,000).
Fontes: C-net | Forbes | Motley Fool
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As alterações (de letra miudinha) do Google
De hoje a um mês, no dia 1 de Março, a Google (enquanto empresa) vai substituir 60 clausulas da sua política de uso de serviços e privacidade por apenas 1.
Como é que isso é possível?
Vamos ver se é possível explicar.
Resumindo numa frase, sempre que um utilizador estiver com login feito, estará a ter o seu comportamento monitorizado... esteja no Google, Gmail, YouTube, Picasa ou outro site qualquer que seja da Google e/ou esteja ligado ao Google Analytics (sistema/ferramenta de análise de comportamento dos utilizadores na web - com métricas e reports detalhados para quem o utiliza).
O processo consiste em unificar as políticas (tornando-as uma única e transversal) em todos os sites da Google, ao contrário do que acontecia até aqui, onde cada plataforma tinha a sua política de uso e privacidade.
Diz a Google que esta alteração visa a optimização da experiência do utilizador, criando ligagões e apresentando anúncios sempre mais correlacionados com os interesses e necessidades de quem "navega". As garantias dadas são:
- Para quem não fizer login, o uso da pesquisa, do Gmail, YouTube e outros produtos e plataformas Google mantém-se possível, mas sem criação de métricas indexadas a um utilizador específico;
- A Google não está a fazer nada de novo, não está a recolher informação que já não estivesse a ser recolhida; está a consolidar e a estudar de um novo modo toda a informação que já obtinha do utilizador pelo uso das suas plataformas (para os mais puristas, há sempre a oportunidade de criar contas diferentes para Gmail, YouTube, etc.);
- O objectivo é simplificar; o Google era "apenas" um mecanismo de pesquisa em 1998 e hoje, 14 anos depois, contém uma vasta gama de produtos que obrigou a lista de políticas de privacidade a crescer até 60;
- Todos os utilizadores de produtos/plataformas Google podem, no processo de cancelamento de uma conta, solicitar que todos os seus dados e informação pessoal sejam apagados.
A situação está a criar tanta celeuma que a Google "teve" de escrever uma carta ao Congresso dos EUA a explicar-se [ver conteúdo aqui] e a criar um minisite em formato de blogue com esclarecimentos [ver este link].
Estes assuntos são levados muito a sério pela Google.
Todos os conteúdos continuam a ser privados e, no que diz respeito ao uso feito pela Google, tudo é passível de ser editado, todas as permissões podem ser customizadas [ver este artigo detalhado da Cnet].
E essa é a maior garantia que um provider pode dar ao seu cliente.
Fontes: Google | Cnet | Time | Washington Post