(...) A publicidade segue o caminho de sites como a Amazon, que sugere compras de acordo com o perfil de consultas e compras anteriores. Todavia, não é a mesma coisa que a publicidade quanto ao carácter social intrínseco desta. A publicidade deixa de agir como os próprios conteúdos informativos, que continuam a ser destinados a todos os que os contactam e passa a apresentar-se como uma mensagem pessoal.
A perda de publicidade pelos media tradicionais também se poderá acentuar pelo escolha de meios de acesso alternativos. Por exemplo, apesar de aumentar na Internet o número de leitores de notícias de alguns dos maiores jornais norte-americanos, diminuiu em 3% num ano o acesso através das respectivas homepages: o contacto e leitura faz-se através de redes sociais e outras formas de comunicação, como o e-mail.
Será que, numa evolução semelhante, avançaremos para notícias à medida do receptor e que cada um receberá uma homepage diferente do New York Times ou do Jornal de Negócios? Onde estará então a autoridade dos media em hierarquizar as notícias segunda a sua importância jornalística e em apresentá-las na sua globalidade a toda a audiência? Para onde caminhará o agenda-setting? São questões para o jornalismo. (...)
Eduardo Cintra Torres, - Jornal de Negócios aqui na integra