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Um blogue sobre comunicação inteligente
O Expresso diário, outra vez
Não sou de intrigas, mas causa alguma estranheza o facto do Expresso quase dois meses após o lançamento do seu vespertino diário em rede lhe ter dedicado no sábado em publicidade nada menos que a capa e a página 2 integrais do caderno principal (a artilharia pesadíssima). Como referi pela altura da sua estreia, este ambicioso projecto, que na sua arquitectura rejeita todas as virtualidades duma publicação digital, e ao contrário pretende reproduzir o modelo de leitura oposto, o de uma revista em papel, tem tudo para não dar certo. Esta fórmula que se afirma “elitista” e nesse sentido rejeita todas as tendências actuais, concede-lhes a contra-gosto apenas os mínimos possíveis. Para mais, o acesso através de alguns dispositivos em miniatura, com o preenchimento com os códigos de acesso fornecidos no semanário, revela-se um verdadeiro castigo ou até uma impossibilidade. Mas o mais importante factor será o de que a disponibilidade para a utilização recreativa da internet não tem hora marcada e que o modelo de navegação “horizontal” ao estilo do papel coaduna-se pouco com os hábitos de navegação na internet. Perante este panorama somos levados a crer que o projecto do Expresso diário, que aparenta ter constituído um grande investimento em recursos tecnológicos, deverá ser revisto para sobreviver.