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Cartões de Natal

Quinta-feira, 15.12.11

 

 

Desde que trabalho em comunicação empresarial que todos os anos na véspera da quadra natalícia se me põe o mesmo dilema: que fazer com o costume das “Boas-festas” aos clientes e parceiros?  Será esta uma eficaz acção de relações públicas ou antes uma irritante espiral de desperdício da qual as empresas e instituições não se conseguem libertar, aprisionadas que estão umas às outras em cumprimentos meramente protocolares?

À parte desta tradição poder constituir por parte da empresa a assunção duma política de responsabilidade Social (através da aquisição dos cartões a um organismo caritativo, por exemplo), parece-me definitivamente que o que sobra do intimismo e generoso espírito do Natal para o mundo empresarial e para as marcas, é coisa pouca. Até hoje nunca tive a coragem suficiente para assumir o corte do ritual das boas festas "empresariais": é difícil uma boa desculpa para não retorquir educadamente a um simpático Cartão de Natal e acabo todos anos condescendendo à dança de cartões, de preferência com alguma originalidade e em apoio de alguma instituição caritativa, e sem esquecer a imprescindível "versão electrónica”.

Vêm estas palavras a propósito duma provocação de alguém que afirmava não haver Cartões de Boas-festas grátis. Tirando a doentia leitura darwinista das relações sociais, e reconhecendo que por estes dias os "verdadeiramente desinteressados” estarem em vias de extinção, o facto é que ainda os há: são os cartões daquele parente diplomata, ou de um ex- colega e amigo mais antiquado ou extravagante que teima, com palavras sentidas e calorosas, fazer-se presente na nossa alegria, na nossa festa. Um resultado impossível com as milhentas bonecadas que entopem as caixas de correio electrónico ou a página do facebook nesta quadra. 

 

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publicado por João Távora às 09:47





Editorial

Gostamos da palavra propaganda, termo velhinho que, simplificando, antigamente definia sem complexos o conjunto de técnicas para publicitar uma ideia. Com o tempo, o termo muito utilizado pelos políticos numa conturbada fase do Século XX resistiu mal ao desgaste pelo sentido que assim se lhe deturpou: como se, realçar as virtudes próprias ou dum objecto, não fosse ambição e atitude legítimas, praticada por qualquer ser humano psicologicamente equilibrado e socialmente integrado. Ler mais

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