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Um blogue sobre comunicação inteligente
O nascimento (e a morte anunciada) do clickbait
Em primeiro lugar, o que é o clickbait?
Trata-se de um método de marketing que tem o intuito de captar a atenção por via de uma frase, um título, que apresenta parcialmente o conteúdo, mas apela à leitura do mesmo, criando suspense e uma atracção quase subliminar. Está, como se calcula, altamente associado a sites gratuitos (como o TáBonito, PTchan, BuzzFeed, ou mesmo o pioneiro Upworthy)
Este método de marketing confere (ou tenta conferir) uma grande importância, interesse ou relevância ao conteúdo, mas o que é facto é que raramente se dá o caso.
Exemplos:
- Este homem estava a ser ofendido, mas a resposta dele deixou todos de boca aberta
- As 5 regras de emagrecimento funcionam, mas a 6ª é que fez toda a diferença
- Nunca irás acreditar quem é a pessoas por detrás deste projecto único
Qual o objectivo do clickbait?
Simples… page views, page clicks, site rank, online ads. Todos estes sites são completamente gratuitos (embora "pejados" de publicidade), raramente têm uma equipa de redacção que ultrapasse as 2 pessoas (e que escreva algo que seja original ou, pelo menos, inédito), pelo que o único objectivo é a geração de receita via publicidade online, com a sua ciência, mas nada de transcendental ou muito elaborado.
Na verdade, a imprensa escrita também já faz isto há muito tempo, “convidando” os leitores a passarem da capa e das primeiras páginas para o resto da publicação, jornal, revista, ou outro formato; há até registos de clickbait tão antigos quanto 1922.
Em meados de 2014, o Facebook anunciou que iria combater o clickbait nos feeds de notícias mas, se o fez, os resultados práticos foram nulos ou imperceptíveis.
Em termos de mainstream de comunicação, é provável que o clickbait perca alguma expressão porque, de facto, todos os visados irão sentir (mais tarde ou mais cedo) que o mais notável é mesmo o suspense criado e que esse interesse gerado não é correspondido com o valor do conteúdo de desenvolvimento mas, sabendo que o target é o que é, o decréscimo há-de ser tão relevante quanto o da imprensa cor-de-rosa.