A realidade não existe.
O que existe é a nossa observação dela, o nosso ponto de vista, o nosso plano de focagem.
É assim que construimos a nossa interpretação da realidade.
Até há pouco tempo, esta analogia era uma verdade incontornável para quem usa uma câmara fotográfica.
Um novo conceito é-nos apresentado e oferecido pela pequena máquina Lytro, capaz de retirar informação cor, intensidade e direcção da luz reflectida em todo o espaço (ou perto disso) que está visível no campo de visão aquando da obturação; ao contrário das câmaras convencionais, que apenas retiram a informação estática no plano de focagem, a Lytro consegue retirar muito mais informação, para posterior interpretação e tratamento (a máquina gera um ficheiro LFP = Light Field Picture File, em vez do convencional JPEG = Joint Picture Expert Group File).
Resultado imediato: depois de tirar uma foto, pode-se focá-la em planos diferentes, de acordo com a preferência do fotógrafo; uma foto tirada com a Lytro pode ser reutilizada múltiplas vezes de acordo com o plano seleccionado, dado que a foto contem, em si, toda essa informação.
Neste momento, a plataforma de exportação/edição para Windows ainda está em desenvolvimento e apenas existe a plataforma para Mac.
Lição a tirar (transpondo novamente para o nosso quotidiano):
Retirar primeiro o máximo de informação, para posterior tomada de decisão sobre o plano de focagem.