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Um blogue sobre comunicação inteligente
O futuro da Internet e a sua venda
Em complemento ao post anterior, é mesmo real que o futuro da Internet encerra em si muita incerteza, porque o shift do paradigma da sua existência e utilização pode realmente acontecer.
Não, a Internet não é algo que possamos tomar como garantida no formato em que a conhecemos, é algo dinâmico, até a um nível físico da sua própria construção (cablagem, hardware e software de rede, etc.).Um exemplo é o facto de Mark Zuckerberg (Facebook) e a Google estarem a adquirir uma parte significativa da rede nos EUA.
Só esse facto quer dizer que a Internet de uso gratuito que hoje usamos pode transformar-se num conjunto de propriedades privadas e potencialmente taxáveis (intenção já revelada por Zuckerberg).
Tal como falámos ontem, a pergunta que fica é: estamos prontos?
Fonte: Gizmodo.
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Facebook Paper, o novo 'news reader'
Anunciada na quinta-feira (dia 30 de Janeiro) e lançada hoje, dia em que o Facebook celebra 10 anos de vida, uma nova app vai começar a "invadir" os iPhones. Para concorrer com o Pulse, o Pocket ou ainda o Feedly, chega o Facebook Paper.
A ideia de Mark Zuckerber é dupla: não perder o mercado mobile para a concorrência (Twitter, Instagram e Vine são mais simples e mais user-friendly em pequenos dispositivos) ao mesmo tempo que retira informação do que as pessoas querem ler e saber.
Felizmente para os utilizadores, o UX/UI (user experience/user interface) foi a preocupação nº1 e a aplicação tem notórias semelhanças com os interfaces que a Apple desenha e, segundo a Facebook, vai limpar o "lixo" dos feeds dos seus utilizadores.
Tal como a concorrência apresenta, irão haver canais pré-definidos (por tema e/ou por publicação) e a possibilidade de segmentação, mas a dúvida fica em se e como vai ser feita a ligação ao site-mãe, a qual será possível mas de um modo que não seja exagerado nem que cause redundância entre as duas plataformas.
Será possível? Terá sucesso?
Daqui a umas semanas, falamos.
Fontes: Wired | TechCrunch.
# Actualização - 2014.Fev.5 #
Com o 10º aniversário como pano de fundo, um balanço:
- O Facebook facturava cerca de $770.000.000,00 em 2009 e multiplicou isso por 1000 em 4 anos; a isso, corresponde um lucro de $1.500.000.000,00 em 2013 (mil e quinhentos milhões de dólares);
- As acções do Facebook começaram finalmente a subir... vão nos $62, depois de um início modesto e pouco lucrativo;
- Numa guerra social global (principalmente contra o Twitter e Google+), a empresa comprou o Instagram por $1.000.000.000,00 (mil milhões de dólares) em Abril de 2012;
- Mike Zuckerberg não está mais simpático hoje do que em 2004... mas gere melhor o seu marketing pessoal (por exemplo, dizendo que "o Facebook é a melhor rede social, porque a empresa é a que se preocupa mais com os seus utilizadores"); será?
Com 2 dias de Facebook Paper, algumas preocupações:
- A aplicação funciona apenas em iPhone (e ainda não funciona em iPad);
- A aplicação está disponível apenas para quem tenha conta americana na Apple Store;
- Existe uma aplicação chamada "Paper by FiftyThree" já registada há vários anos.
Fontes: USA Today | TechCrunch.
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Instagram, sujeito a julgamento popular
Depois da alteração das condições e termos de utilização e da polémica que gerou, ficou claro que Mark Zuckerberg não dita as leis, por mais poderosas que sejam as plataformas de que é dono.
Os números dizem tudo, em 15 dias, o número de utilizadores activos do Instagram baixou de 16,3 milhões para 7,6 milhões.
Lição aprendida?
Fonte: The Register / AppStats
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Instragram, dono e senhor dos conteúdos
Foi no início de Setembro que o Instragram (plataforma) foi adquirido pela Facebook (empresa) de Mark Zuckerberg, por cerca de 700 milhões dólares, e, naquela altura, não se notaram alterações no funcionamento da plataforma de partilha social de fotos.
Mas, no início de Dezembro, começaram a aparecer alguns rumores sobre a melhoria da interligação do Instagram com o Facebook e logo se começou a especular que, com toda a certeza, as alterações não seriam apenas de âmbito visual ou ao nível de funcionalidades.
As suspeitas confirmaram-se à cerca de uma semana, com a publicação nas novas condições de utilização do Instagram, onde podemos destacar:
- Os conteúdos publicados no Instagramsão passíveis de serem disponibilizados no Facebook, outros produtos da empresa, parceiros e patrocinadores - esta situação abre espaço para situações em que uma foto de um qualquer utilizador possa ser usado para fins comerciais, anúncios e publicidade incluídos, de qualquer entidade detida pela Facebook (empresa);
- Os menores não estão sujeitos a qualquer tipo de excepção - o facto de os utilizadores poderem registar-se com 13 anos não é impeditivo do uso das imagens; as condições de utilização informam que o seu consentimento implica o conhecimento das publicações por um maior de idade;
- A publicidade (e serviços pagos associados) pode não estar identificada como tal - isto quer dizer que será fácil e comum confundir-se publicidade com posts de pessoas "amigas";
- Existe uma forma de não aceitar as novas condições: apagar a conta.
As alterações, consideradas unanimemente altamente intrusivas, transformam a Facebook (empresa) na maior agência de fotografias do planeta, com os mais de 100 mil "fotógrafos" (leia-se "utilizadores") com o seu catálogo disponível.
Já na semana do Natal, a debandada começou... milhares de utilizadores começaram a fechar as suas contas de Instagram e a abrirem contas noutras plataformas, nomeadamente o Flickr e oShutterfly.
Hoje mesmo, o exemplo foi dado por Ryan Block (ex-Editor da Engadget e co-fundador da Gdgt) que, de uma vez, fechou as suas contas de Facebook e Instagram.
Como diz o ditado (ou quase): "Ano novo, vida (virtual) nova."
No caso destas alterações, elas entram em vigor no dia 19 de Janeiro de 2013, pelo que se recomenda a revisão atenta da presença nestas plataformas.
Fontes: Instagram (termos e condições) | New York Times | Sapo | Forbes | Fox News.
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Onde está o lucro do Facebook?
Correu muita tinta, muito papel, muita página de Internet, sobre a entrada em Bolsa do Facebook de Mark Zuckerberg.
Mas, tal como aqui apresentámos, todos os sinais apontavam para um preço excessivamente alto de uma empresa que tem muito de etéreo e pouco de concreto.
Tendo sido posta em venda por um preço inicial de $38, as acções subiram uns cêntimos no primeiro dia e, desde aí, foi sempre a descer até valerem os $27.72 do fecho de sexta-feira.
Quem lucrou?
Os do costume... os bancos e o dono da empresa.
Quanto aos (novos) accionistas, têm de esperar pela evolução do mercado, porque até agora, só têm conhecido o chamado "território negativo".
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Investir no Facebook... fará sentido?
Numa altura em que é dono e senhor de uma das empresas mais valiosas do planeta, Mark Zuckerberg vai aproveitar o hype do Facebook para lançar uma OPV ("Oferta Pública de Venda" ou, em Inglês, IPO = "Initial Public Offering") que pode valorizar a sua empresa entre os 75 e 100 mil milhões de dólares.
Surge, imediatamente, a comparação com a Google, cuja oferta em 2004 gerou 1,9 mil milhões de dólares para uma empresa que estava valorizada em 23 mil milhões. As acções da Google subiram, desde essa altura, dos $109.07 para os $609.85 de hoje de manhã, o que corresponde a uma valorização de $500.78, ou 462.36%.
Com este cenário e aliando aos factos que o Facebook lucrou cerca de mil milhões de dólares no ano de 2011 para uma facturação aproximada de 4 mil milhões, parece interessante o investimento.
Interessante é, no mínimo.
Mas... interessante para quem?
Em primeiro lugar, muitíssimo interessante para Mark Zuckerberg, dono de 28% das acções...
Em segundo lugar, para bancos como Morgan Stanley, Chase, JP Morgan, Goldman Sachs, que se estima virão a lucrar uns "meros" 100 milhões de dólares em comissões das operações dos seus clientes.
Em terceiro lugar, colaboradores e ex-colaboradores que cederam propriedade intelectual e/ou prestaram serviços ao Facebook em troca de acções da empresa nos últimos 5~8 anos. A esperada valorização imediata fará de alguns milionários.
Para o investidor particular, e após as transacções iniciais em que o público em geral terá pouco acesso (e onde está o "dinheiro grosso"), as acções estarão em bolsa como outras.
Será, então, o momento ideal para "entrar no jogo"?
Não.
Sendo impossível fazer futurologia, há vários indicadores que dizem que o crescimento exponencial (ou, como dizem os americanos, "em forma de hockey-stick") já passou. O crescimento tenderá a linear, se tanto, com tendência a estagnar.
Alguns indicadores:
- O crescimento de utilizadores do Facebook foi de 69% em 2010 e de apenas 39% em 2011, uma tendência que se espera continue a atenuar;
- Vários peritos em negócios bolsistas já afirmaram que a avaliação de 100 mil milhões de dólares está bastante acima do valor espectável de bolsa e pressupõe uma valorização a dois anos e com os níveis de crescimento de 2010 e 2011 como padrão;
- O exemplo dado pela Groupon, onde mais de 20% dos investidores que compraram no primeiro dia, acabaram por vender as suas acções abaixo do preço que tinham comprado;
- Dado o carácter social e multimédia da plataforma, é provável que o hype do Facebook seja de duração mais curta que o do Twitter, que se mantém fiel ao seu modelo inicial (o Facebook terá de se adaptar a novas necessidades dos utilizadores - o Timeline, por exemplo, tem mais utilizadores descontentes que satisfeitos com o upgrade - e existirá rapidamente a consciência de que muitos dos amigos que os utilizadores têm na plataforma, não são verdadeiramente amigos nem sequer têm interesse, bem como que o valor social da plataforma, tão publicitado por Mark Zuckerberg, não é assim tão alto nem eterno);
- Dado ser uma plataforma "viciante", tem conotações altamente negativas em meios laborais, onde pessoas "perdem" tempo e se desligam dos seus objectivos, tanto profissionais quanto pessoais, para viverem uma vida superficial, etérea e virtual, ao contrário de plataformas que têm um lugar e impacto real na vida de quem as usa, nomeadamente o LinkedIn;
- Várias plataformas, como o Zynga (que criou o "FarmVille" e o "Mafia Wars") ou o Foursquare (que está a conseguir crescer, apesar da força do "Facebook Places"), estão a tentar "cortar laços" com o Facebook (em termos de interoperabilidade e presença embebida na plataforma), dado o seu valor intrínseco e real;
- Mark Zuckerberg é um rapaz de 27 anos com uma ideia excelente e uma boa equipa... mas não está ao nível de um Bill Gates ou de um Steve Jobs, que souberam viver e sobreviver em conjunturas favoráveis e negativas; além de que as empresas destes, ofereciam e oferecem bens tangíveis.
Resumindo numa frase o perigoso que é o investimento, diriamos:
"Investir no Facebook é misturar negócios com prazer!"
Nota: na notação americana, não existe a designação de "mil milhões" mas sim de "um bilião" (1 x 10^9 = 1,000,000,000); na notação europeia, a designação de "um bilião" corresponde a "um milhão de milhões" (1 x 10^12 = 1,000,000,000,000).
Fontes: C-net | Forbes | Motley Fool